O instituto atua em todo território nacional através de parceria com outras ONGS, e autoridades municipais, estaduais e federais do país.


Nosso objetivo é criar meios eficazes de combate a atos de crueldade praticados contra os animais, com base nos regulamentos federais, estaduais e municipais, e através da cooperação dos órgãos governamentais e da iniciativa privada, 85% da população brasileira vive hoje nas cidades. A proteção a fauna doméstica é providência essencial para a consequente proteção da fauna silvestre.


Dentro de suas atividades, auxilia na doação e adoção de animais domésticos e orienta como proceder em casos de denúncias de maus tratos. As atividades promovidas pelo INSTITUTO DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS DO BRASIL - IPAB são realizadas com o apoio de entidades governamentais,(NÃO) não governamentais (NÃO)e, também atráves de contribuições voluntárias.(SIM)Cadastro de adoção de animais domésticos, Projetos de educação, Campanhas de conscientização, Parceria com clínicas veterinárias (NÃO)

Que esperança de salvação poderão ter as espécies animais ameaçadas ou em vias de extinção em todo território nacional, se a fauna doméstica é alvo de atos cruéis e de extermínio oficial.


Contato:


E-mail: ipabbrasil@ig.com.br

O medo não é digno de nunhuma espécie. Portanto denuncie, faça a sua parte.Sua denuncia faz a diferença a milhões de espécies.


Você quer ter orgulho de sua raça, o mínimo que você pode fazer é não ter medo de denunciar.

ANIMAIS NÃO PRECISAM DE CARIDADE E SIM DE JUSTIÇA.


Os problemas ambientais que enfrentamos hoje fazem parte de um contexto mais abrangente que envolve os valores e práticas que guiam nossa sociedade e nossa cultura. Entre os traços marcantes que se encontram no cerne de nossa relação com a natureza destacam-se uma racionalidade essencialmente instrumental; o antropocentrismo e o especismo; e uma maior valorização do conhecimento de cunho pragmático, em detrimento de outras formas de saber. Esses e outros traços da chamada visão de mundo mecanicista – somados a uma apologia à produtividade – fazem com que a natureza seja vista unicamente como uma fonte de recursos, como uma parte produtiva do todo. Mas a natureza não é um subsistema da Economia e sim o contrário. É também preciso não tratar como sinônimos os termos crescimento e desenvolvimento no que tange aos processos econômicos. Herman Daly nos ensina que “crescer significa aumentar de tamanho por acréscimo ou assimilação de material. Crescimento, portanto, significa aumento quantitativo na escala das dimensões físicas da economia. Desenvolver implica em uma melhoria qualitativa na estrutura, design e composição dos estoques físicos de riqueza e bens, o que resulta de um maior conhecimento tanto da técnica quanto do seu propósito. Uma economia crescente está se tornando maior; uma economia em desenvolvimento está se tornando melhor”. Ele critica ainda o crescimento econômico como a única cura aceitável para a pobreza.


É nesse contexto que vem se proliferando uma variedade de processos produtivos que utilizam os recursos naturais num ritmo incompatível com sua taxa de renovação. Estritamente falando, todos os recursos naturais são renováveis, mas eles fazem parte de ciclos naturais que têm duração variada. Os chamados “recursos renováveis” são simplesmente aqueles que pertencem a ciclos cuja duração é relativamente curta, mas isso não significa que sejam inesgotáveis. Já os que se renovam em períodos de tempo geologicamente longos são classificados como não-renováveis, pois seus estoques são considerados “fixos”. Exemplos dos primeiros são a água e a biomassa, de forma geral, enquanto que petróleo, solos e jazidas minerais se constituem em exemplos dos últimos. É preciso destacar ainda que na maioria dos processos produtivos há uma permanente interdependência entre recursos renováveis e não-renováveis. Caso típico é o das monoculturas como a soja ou o milho. As colheitas são recursos renováveis, mas são freqüentemente mantidas às custas de recursos não-renováveis – como petróleo e solos – e, se forem irrigadas, a quantidade de água usada pode estar acima da taxa de renovação daquele recurso, em princípio renovável.

É fácil compreender que processos produtivos norteados pelo paradigma econômico neoliberal – que visam à produtividade máxima e cujos principais atores sociais são as grandes corporações transnacionais – são incompatíveis com a sustentabilidade, seja ela no plano ecológico, social ou ético. E, mesmo no que tange à dimensão econômica, são sustentáveis apenas por um tempo limitado. Isso acontece porque tais processos produtivos são respaldados por políticas públicas voltadas para o crescimento ilimitado, cujo alvo principal é a exportação; suas inovações técnicas visam sobretudo à competitividade; a noção de eficiência que lhes é inerente é pautada por parâmetros quantitativos; e se caracterizam pela produção de bens com pouco valor agregado (como a soja e o gado) e alto custo social e ambiental, ou seja, trata-se de um modelo de produção cujas externalidades não são consideradas.
Segundo Pindyck & Rubinfeld, “uma externalidade ocorre quando alguma atividade de produção ou de consumo possui um efeito direto sobre outras atividades de consumo ou de produção, que não se reflete diretamente nos preços de mercado. O termo ‘externalidade’ é empregado porque os efeitos mencionados (custos ou benefícios) são externos ao mercado”.

“A economia ambiental neoclássica parte do pressuposto que todas as externalidades (por exemplo, a poluição hídrica decorrente da suinocultura) podem receber uma valoração monetária convincente. Mas ele e outros economistas ecológicos – como Herman Daly e Georgescu Roegen, considerado o pai da economia ecológica – duvidam que seja possível avaliar monetariamente de forma convincente os efeitos irreversíveis e incertos de nossas ações de hoje sobre as gerações futuras. Os economistas ecológicos defendem a incomensurabilidade dos elementos da economia, mas aceitam, num plano prático, medidas que sirvam como instrumentos que levem a reduzir os impactos negativos da ‘economia sobre a ecologia’ (por exemplo, impostos sobre o uso de energias não renováveis)”. Os pressupostos da economia ecológica são, portanto, os únicos que podem dar conta das questões ambientais, exatamente por serem os únicos que questionam a racionalidade econômica em sua base. Isso é fundamental numa cultura cientificista, de base tecnológica como a nossa.
É interessante destacar, finalmente, que o conceito de externalidade evoca, entre outras questões, um sentido de não-pertencimento que desvela de forma emblemática a visão de mundo mecanicista e analítica que predomina na Economia, bem como nas demais áreas do conhecimento em nossa cultura.

Tenta-se remediar a atual perda de biodiversidade criando-se bancos para armazenar e conservar sementes das mais variadas procedências, como é o caso do chamado “banco de sementes do fim do mundo” , além de outros sistemas de gerenciamento de informações sobre a biodiversidade. Tais bancos genéticos e sistemas de informação são vistos como iniciativas extremamente importantes. Mas a necessidade de tais práticas revela, na verdade, a relação doentia que temos com a natureza. De certa forma é como se achássemos normal viver drogados, mal alimentados e correndo riscos de todos os tipos, desde que houvesse uma ambulância permanentemente à nossa porta. Vale ressaltar, mais uma vez, a natureza eminentemente ética das questões que estão postas nesse debate, desde quando me refiro a animais marinhos ou seres humanos que ficam sem alimento, até a escolha de certas políticas públicas em detrimento de outras. A visão da natureza como uma grande fábrica – como uma mera fonte de recursos – já é de início uma questão de ordem ética. Ela revela o modo pelo qual nossa cultura expressa seus valores, seus saberes e isso torna urgente uma mudança de atitude rumo a honrar o título de “Sociedade do Conhecimento” ou “Sociedade da Informação” que nos outorgamos recentemente.
Precisamos de grandes revoluções em áreas como engenharia de alimentos, nutrição ou design, mas a maior das revoluções que precisa acontecer é em nossas mentes. Nossa ciência avança dentro do mesmo a priori tecnológico e responde de forma cada vez mais “eficiente” ao nosso antropocentrismo. Antes eram os jardins zoológicos e botânicos. Agora são os bancos de germoplasma e outros sistemas de conservação ex-situ, ou seja, em espaços cada vez menores são colocadas mais e mais formas reificadas de vida, genes de animais e plantas, a cuja existência plena negamos o direito. E a nossa cegueira parece não ter limites. De acordo com a FAO, a produção mundial de carne deverá mais do que dobrar até 2050 e atingir a marca de 465 milhões de toneladas, em contraste com as 229 milhões de toneladas relativas ao período entre 1999 e 2001. Já a produção de leite deverá subir de 580 para 1.043 milhões de toneladas.
Tais números são projeções e não creio que esse “banho de sangue” seja compatível com a capacidade de suporte da biosfera. Quem viver verá e, se tal catástrofe se concretizar, há de “chorar pelo leite derramado”

Destaquei até o momento, neste texto, os traços mais marcantes de nossa relação insustentável com a natureza. Gostaria de finalizar identificando algumas características de uma sociedade sustentável e elegendo o veganismo como um caminho privilegiado nesse sentido. O veganismo é uma proposta de conduta ética que prega a libertação dos animais não-humanos por meio da abolição de todas as formas de exploração que lhes são impostas pelos humanos . Na dieta vegana estão excluídos todos os ingredientes de origem animal, como ovos, laticínios e mel (e qualquer tipo de carne, evidentemente), além de itens que contenham ingredientes de origem animal. A proposta vegana é uma postura ética com conseqüências benéficas importantes para os animais e para o planeta em geral e no que tange às questões abordadas neste artigo, fica clara a conexão entre a escolha de uma dieta vegan e as soluções para os problemas destacados.
A construção de uma sociedade sustentável depende ainda de exigirmos políticas públicas que tornem os pequenos e médios produtores os principais atores sociais. Os processos produtivos devem ainda ser guiados pelas premissas da economia ecológica; as políticas públicas devem ser voltadas para o atendimento das necessidades básicas e não direcionadas à exportação; os materiais e fontes de energia devem ser renováveis e visar a um grau pequeno ou nulo de poluição; a economia seria estável, compatível com culturas locais e outras espécies, sendo os limites e estímulos ao crescimento estabelecidos segundo critérios de ordem social, ética e ecológica; as pautas de consumo seriam generalizáveis à maioria; haveria uma maior ligação entre produtores e consumidores (com uma revitalização do campo e outros princípios da Agroecologia); e finalmente, mas não menos importante, teríamos que adotar sempre uma visão sistêmica sobre a sustentabilidade de qualquer processo produtivo – chamada por alguns de “cradle to grave”, ou seja, visão “do berço ao túmulo”, ou “do berço ao berço”, como alegam outros . É interessante destacar que, no que tange a ciclos produtivos cujos produtos são seres vivos, não há como a cadeia ser do “berço ao berço”. E no caso dos produtos de origem animal, os “túmulos” desses seres sencientes são os estômagos dos humanos e de seus pets…
Precisamos, enfim, de uma nova arquitetura social que viabilize não somente a descentralização como condição sine qua non para a autogestão – uma necessidade importante de ordem prática – mas também de uma nova racionalidade que se contraponha à atual visão da natureza como um espólio a saquear, despida de valor intrínseco. E não serão as soluções circunscritas à ecologia rasa, essencialmente antropocêntrica, que nos ajudarão a frear o consumismo generalizado que esgota incessantemente as fontes de energia, acelera a entropia do planeta e trata seres sencientes e não-sencientes como mercadorias. O estímulo à adoção de uma dieta vegana, como política pública, poria um fim a todas as formas de exploração e sofrimento impostas aos animais não-humanos, ajudaria a restaurar a biodiversidade in-situ – em todos os níveis – diminuiria sobremaneira os impactos sobre os recursos escassos e propiciaria uma melhor qualidade de vida aos humanos evitando gastos milionários com procedimentos de intervenção. Mas sabemos que tal proposta vai de encontro aos interesses do grande capital em cuja trama os Estados encontram-se hoje reféns.


Instituto ChicoMendes de Conservação da Biodiversidade





denuncias Linha verde: 0800618080



Brigitte Bardot Foundation







Sea Shepherd Conservation society











PETA - People for the ethical treatment of animals


http://www.peta.org/






World Society for the Protection of Animals (WSPA)








WWF - Local to Global Environmental Conservation






Greenpeace







Cecia - Centro de Educación, conservación e interpretación ambiental.








Fontes:


O especismo pode ser definido basicamente como qualquer forma de discriminação praticada pelos seres humanos contra outras espécies. Como o racismo, ou o sexismo, o especismo é uma forma de preconceito que se baseia em aparências externas, físicas, etc. A simples constatação de uma diferença é usada como um pretexto para a não aplicação do princípio ético da igualdade, entendida como igual consideração de interesses. Na ética utilitarista, ser passível de sofrimento é a característica que diferencia os seres que têm interesses – os quais deveríamos considerar – dos que não os têm. O principal interesse dos animais é o de não sofrer (física e sicologicamente). Veja Peter Singer, Tom Regan, Richard Ryder, entre outros.
DALY, Herman. “Boundless bull”. In: LAMAY, Craig L. & DENNIS, Everette E.(eds). Media and the environment. Washington, Island Press. 1991: 152-154. Veja também BRÜGGER, Paula, ABREU, Elise & CLIMACO, João V. Maquiagem verde: a estratégia das transnacionais versus a sustentabilidade real. In: GUIMARÃES, L.B.; BRÜGGER, P.; SOUZA, S.C & ARRUDA, V.L. (Orgs) Tecendo subjetividades em educação e meio ambiente. Florianópolis, NUP/CED/UFSC. 2003: 159-170; BRÜGGER, Paula. Educação ou adestramento ambiental? 3ªed. Chapecó: Argos; Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004: 67-82.


Árvores centenárias, por exemplo, não deveriam ser consideradas renováveis.


PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. 5ª ed. Trad.Eleutério Prado. São Paulo: Prentice Hall, 2002: 597.


Veja MARTINEZ ALIER, Joan. De la economia ecológica al ecologismo popular, 2ª ed. Barcelona, Icaria, 1994: 56-57.


MARCUSE, Herbert. A ideologia da sociedade industrial – o homem unidimensional. 6ª ed. Trad. Giasone Rebuá. Rio de Janeiro: Zahar, 1982: 153-162.


Alguns alegam que a expressão “frutos do mar” é incorreta – porque camarões ou mariscos não nascem em árvores – mas tal argumento não procede. A palavra “fruto” tem o significado geral de “produto” ou “resultado” de algo. Não se refere apenas a “produtos” de árvores ou outros tipos de plantas. Um contexto conhecido de todos é o emprego dessa palavra na oração Ave Maria, na qual há uma referência a Jesus como “fruto” do ventre de sua mãe, Maria.


Segundo um estudo da Organização Mundial para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) e do Banco Mundial é da ordem de US$ 2 trilhões (equivalentes ao produto bruto anual da Itália ou mais de 1,5 PIB anual brasileiro) o prejuízo provocado pela sobrepesca e pela aqüicultura no planeta, decorrente do esgotamento dos estoques pesqueiros e prejuízos para o meio ambiente e os recursos naturais. Mesmo assim se planeja dobrar a atual produção de pescado até 2015 e se estão licitando 5,5 milhões de hectares para projetos de aqüiculturas em terra e no mar, embora os cientistas venham reiteradamente alertando que 80% das espécies economicamente exploradas no País estão ameaçadas pela sobrepesca. A pesca tradicional nos oceanos chegou a um limite, com 50% dos estoques pesqueiros esgotados e 25% explorados além da capacidade de reposição. Para atender à demanda projetada para 2030 – acréscimo de 28,8 milhões de toneladas/ano, decorrentes principalmente do aumento da população mundial para mais de 8 bilhões de pessoas e do crescimento do consumo per capita (hoje em 16,7 quilos/ano por pessoa) -, as aqüiculturas teriam de se expandir muito. Mas o seu crescimento está declinando: foi de 11,8% na década 1985-1995, caiu para 7,1% na década seguinte e para 6,1% em 2004. Ainda assim, as aqüiculturas têm uma competição crescente com a avicultura e a pecuária pelo uso de farinha e óleo de pescado, usados na alimentação de peixes. Isso faz parte do quadro de insustentabilidade, em que para produzir um quilo de pescado pode ser necessário o consumo de pelo menos o dobro de insumos alimentares – sem falar nos danos para a biodiversidade aquática, na perda de mangues, no despejo de matéria orgânica, no uso excessivo de antibióticos (resumido de “As perdas não são apenas financeiras”, por Washington Novaes. www.estadao.com.br/estadaodehoje/
20081017/not_imp261452,0.php)


“Agropecuária é a atividade que mais consome água no Brasil, segundo relatório”; Agência Brasil/ site Ambiente Brasil (16/11/2006). Também segundo a FAO, a pecuária é um dos setores mais impactantes no que tange aos escassos recursos hídricos, pois contribui para a poluição e eutrofização aquática, bem como para a degeneração de recifes de coral. Estima-se que o gado seja a principal fonte terrestre de fósforo e nitrogênio responsáveis pela contaminação do Mar do Sul da China, causando a perda de biodiversidade naqueles ecossistemas marinhos (por Christopher Matthews.


Veja RIECHMANN, Jorge. Menos carne, mejor carne, vida para el campo – reflexiones sobre ecologia, ética y dieta. El Ecologista, (17), verão 1999: 30-34.


Somente em Santa Catarina o rebanho de 5,6 milhões de suínos produz 9,7 mil toneladas de gás carbônico (CO2) por dia, resultante do metano liberado pelas fezes dos animais (”Suínos geram 9,7 mil ton de CO2 por dia em Santa Catarina”; Agência Câmara/Ambiente Brasil – 30/03/2007).


Livestock’s Long Shadow -Environmental Issues and Options (FAO, 2006).


Negrão, Silvio L. Uma análise do ciclo de produção agroindustrial de suínos e aves no Estado de Santa Catarina à luz da perspectiva crítica da ética global. 2008. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas) – Universidade Federal de Santa Catarina.


Dados apresentados no 2º Ano do Pacto de Erradicação para o Trabalho Escravo (por Ricardo Viel; 20/05/07; ultimainstancia.uol.com.br/noticia/38073.shtml).


O documentário The Corporation (título original) foi escrito por Joel Bakan e dirigido por Mark Achbar e Jennifer Abbott.


Fonte: estadao.com.br/Ambiente Brasil 04/04/2008 – “Desmatamento volta a crescer na Amazônia em época de chuva”. Ainda, de acordo com a FAO, o gado já ocupa hoje 30% da superfície total de terra do planeta e a abertura de novas pastagens é o principal fator de desmatamento, sobretudo na América Latina (por Christopher Matthews


Sítios arqueológicos lá existentes correm o risco de ser destruídos por causa de atividades agrícolas, especialmente aquelas que levam à mecanização do solo, desmatamento, desenvolvimento de pecuária – que implica no pisoteio do sítio arqueológico pelo gado e normalmente também expõe os sítios ao uso do fogo na limpeza de pastagens- implantação de grandes obras de infra-estrutura, etc (Fonte: Filippo Cecilio/ Amazônia.org).



Segundo a ONG Greenpeace, tais empresas são sobretudo ADM (Archier Daniels Midland), Bunge e Cargill( http://www.greenpeace.org.br/amazonia/
comendoamz_sumexec.pdf)


Tais redes, também segundo o Greenpeace, são basicamente o McDonald’s e KFC (Kentucky Fried Chicken) que compra frangos da Sun Valley, empresa do grupo Cargill.


Resumido de Meirelles Filho, João. Amazônia: Carnaval ou Quaresma? Revista digital Envolverde, 13/10/2008.
Veja também “Sudeste consome carne originária de área desmatada”, por Herton Escobar (www.estadao.com.br/estadaodehoje/
20081022/not_imp264079,0.php). Segundo a reportagem, a maior parte da carne produzida em áreas de desmatamento na Amazônia está sendo consumida no Sudeste, segundo um levantamento feito por pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os números indicam que apenas 5% da carne produzida na região é exportada. E dos 95% que ficam no País, quase 70% são enviados para o Sudeste. O rebanho da região aumentou 180% entre 1990 e 2006, enquanto no Sudeste ocorreu o inverso: a área de pastagem diminuiu 15% e o rebanho encolheu 3% no período 1996-2006, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) compilados no Anuário da Pecuária Brasileira, do Instituto FNP.


Veja, por exemplo “Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases”. Relatório da OMS – Organização Mundial de Saúde (WHO – World Health Organization; Technical Report Series 916, Geneva, 2003.


www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/4/docs /
trf3baurufiscalizacaoaguacarne.pdf


Segundo a FAO, 75% da diversidade genética de milhares de espécies de plantas desapareceu. Dos 7.000 tipos de plantas já cultivadas, só 150 espécies estão no cardápio hoje. Vale destacar também que “entre 10% e 30% das espécies de mamíferos, aves e anfíbios estão atualmente ameaçadas de desaparecer e antes que este século termine podem extinguir-se entre 25 e 50% das espécies terrestres. Essa é uma das conclusões a que chegaram os cientistas norte-americanos Harold Mooney e Peter Raven, considerados arquitetos da ciência da biodiversidade. Mooney advertiu ainda que a taxa de exploração dos recursos está se acelerando de tal forma que se pode chegar ao colapso de alguns deles, como, por exemplo, a água (”Cientistas alertam para perigo de extinção de 50% das espécies”- Fonte: Estadão Online/ site Ambiente Brasil – 18/06/2008).


Referência ao Svalbard Global Seed Vault, um banco internacional de sementes localizado no arquipélago norueguês de Svalbard, concebido para a chamada conservação ex-situ, ou seja, fora da natureza. Seu objetivo é conservar até 4,5 milhões de amostras de sementes e 2 bilhões de sementes de todas as espécies cultivadas. Hoje, 1.400 bancos de sementes no planeta armazenam cerca de 6,5 milhões de amostras. O Brasil tem o 7º maior banco genético vegetal do mundo, com 100 mil amostras de sementes.


Um grupo de cientistas de vários países propôs a criação do Sistema Global de Observação da Biodiversidade (Geobon). A idéia é constituir uma parceria internacional para auxiliar nos processos de coleta, análise, gerenciamento e divulgação de dados relacionados ao estado atual dos ecossistemas do planeta, com vistas a honrar o compromisso de reduzir as taxas de perda de biodiversidade até 2010, conforme assinado pelos 190 países que fazem parte da Convenção sobre Diversidade Biológica. A estimativa é que a manutenção do Geobon custe de R$ 500 milhões a R$ 1,2 bilhão por ano, incluindo os valores já gastos atualmente para o levantamento de dados sobre a biodiversidade pelos países que integrariam a rede (Agência Fapesp).


Importante destacar também que os animais criados para corte e para a produção de laticínios perfazem cerca de 20% de toda a biomassa animal terrestre .



A produção de leite é talvez a mais triste das indústrias, pois está ligada à produção de vitela que, como bem destaca Peter Singer, é a atividade rural intensiva mais repugnante do ponto de vista moral. “Quanto mais laticínios consumimos, mais leite as vacas precisam produzir e o setor de produção intensiva as trata como máquinas de produzir leite para seres humanos. Cerca de metade das vacas americanas vive em fazendas de produção intensiva. Passam toda a sua vida em alojamentos de concreto, ligadas a máquinas de ordenhar, as quais freqüentemente lhes dão choques elétricos. Mastite e infecções bacterianas, comuns em regimes intensivos, freqüentemente deixam resíduos de pus no leite que produzem. Devido à alta demanda por leite, as vacas de hoje produzem o dobro do leite que produziam há 30 anos e até 100 vezes mais do que produziriam no estado natural. As vacas da década de 1990 viviam apenas cerca de 5 anos, em contraste com 20 a 25 anos de vida, há 50 anos atrás. Elas são entupidas com drogas e químicos para prevenir doenças e aumentar sua produtividade, incluindo o famoso hormônio de crescimento bovino. Os bezerros que são obrigadas a parir regularmente para estimular a produção de leite são separados de suas mães em 24 horas, não tomarão seu leite e serão vendidos como bife. Em 60 dias as vacas serão engravidadas de novo” (Kingsnorth, apud Brügger, Paula. “Carne de vitela: um caso de crime hediondo”, artigo publicado no jornal A Notícia em 05/10/06).


No que tange ao vestuário, não se admite o uso de couro (ou qualquer outro tipo de pele), lã, ou seda e, no geral, quaisquer produtos/itens que tenham sido testados em animais ou que contenham ingredientes de origem animal (por exemplo, cosméticos, alimentos, produtos de limpeza, etc). O princípio abolicionista exclui também a compra de animais de estimação; o uso de animais para esportes ou diversão, a vivissecção, etc. Ser estritamente vegano é quase impossível, pois nossa sociedade usa derivados de animais nos mais diversos setores produtivos.


No relatório Livestock’s Long Shadow -Environmental Issues and Options, da FAO (2006), há um excelente exemplo de visão sistêmica sobre um processo produtivo. Segundo tal relatório “os estoques de animais vivos, mantidos para alimentação humana, têm mais responsabilidade pelas mudanças climáticas do que todos os veículos automotores do mundo somados: 18% da emissão de todos os gases causadores do aquecimento global são gerados pela indústria de carne. Essa conta inclui, além das emissões de metano provocadas pelo sistema digestivo dos animais, as emissões de CO2 geradas pelas queimadas que precedem a formação de pastos, a energia – quase sempre à base de queima de combustíveis fósseis – usada na fabricação de insumos agrícolas, a energia gasta na produção de ração e no bombeamento de água, a energia que vai nos procedimentos de abate e processamento das carcaças, o combustível usado no transporte de animais vivos e de produtos processados de carne, o combustível usados nos tratores e máquinas agrícolas, a energia usada nos navios pesqueiros para manter os estoques congelados por semanas a fio em alto mar, a energia para manutenção dos estoques refrigerados nos pontos de venda e, finalmente, a energia gasta nos lares para manter as carnes refrigeradas até o momento do consumo”. O relatório ressalta que no processamento de alimentos vegetais, os procedimentos que vão do plantio ao consumo são mais econômicos do ponto de vista da emissão de poluentes.–
Paula Brügger é bióloga, professora do Depto. de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ex-membro da Comissão de Ética no Uso de Animais – (CEUA), mestra em Educação e Doutora em Ciências Humanas – Sociedade e Meio Ambiente. É autora dos livros “Educação ou adestramento ambiental?”, que está na 3ª edição, e “Amigo Animal – reflexões interdisciplinares sobre educação e meio ambiente”. Atualmente coordena o projeto educacional “Amigo Animal”.

Instituto de Proteção aos Animais do Brasil - IPAB Copyright ©2008/2010.Todos os direitos reservados.Fundado em 16 de Maio de 1994, lançado em diário oficial em 20/05/1994.


email- ipabbrasil@ig.com.br